quinta-feira, 23 de outubro de 2008

De Ponta Cabeça

Boiando na rede por aí, encontrei o site (completamente inútil, mas divertido) com uma proposta simples, indolor e...




Você tem um cachorro?


Ok. Ótimo :D



Agora faz com ele assim, ó:






Ou assim:




Got it?

Aí tira uma foto do bichinho, e posta no www.upsidedowndogs.com ! (Agora quero fotografar a Clara de cabeça pra baixo... coitada. hah!)

Absurdamente hilário... Me mijei rindo no escritório... :P

Mas, again, I'm SO easily amused!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Vendo a Autobiografia de Ninguém Especial

Hoje (e, admito, em alguns 'ontems' também) quis ser bem ególatra. Quis parecer uma celebridade... e escrever uma auto-biografia.

Não consigo evitar. Às vezes penso que eu poderia ter sido tanta coisa.

Quero dizer: tantas outras coisas. Tão diferentes do que sou de fato.

Poderia ter sido mais e melhor. Ou poderia ter sido pior. (Mas sempre acho que poderia ter sido mais "melhor" do que mais "pior", se é que isso faz algum sentido.)

Claro, sei que, na teoria, posso mudar a qualquer momento. Qualquer um pode. Basta mudar de idéia, se esforçar e correr atrás de um novo tipo de raciocínio; uma nova maneira de encarar o mundo.

Já provei tantas formas de enxergar as coisas que, por vezes, penso que poderia escrever um bendito livro. É, poderia. E olha que gosto de escrever (só minha inércia datilográfica e mental que me impede de escrever um monte de lhufas nonstop 12 horas por dia - isto, é claro, porque nas outras 12 horas eu prefiriria dormir como uma pedra).

Mas esta é outra das coisas que eu poderia ter sido. Ou gostaria de ter sido.

Hoje não sou nenhuma das coisas que sonhei em ser. E isto é uma conclusão trágica que assusta muito...

"Como vim parar aqui, se fiz de tudo pra ir por outro caminho?", eu me pergunto todos os dias. Creio que há mais gente no mundo que tem o mesmo tipo de pensamento. Estes somos nós, os infelizes... E classificada neste grupo, justo eu, que sempre lutei tanto para fugir do fracasso de uma existência falsa e forçada.

Talvez eu não tenha sido persistende o bastante, ou não sou simpática/confiável/cool o suficiente (e não sou mesmo). Talvez, simplesmente tenha sido falta de sorte.

Ou, o atributo mais provável para levar alguém ao fracasso... Social skills: 0

Já vi gente reclamar disso de barriga cheia "Ai, sou introvertida". Tem gente que diz que é. Tem gente que gosta de sentir pena de si mesmo, parece. E outros acham charmoso parecer anti-social. Mas, mal sabem eles das agruras da vida daqueles que simplesmente são mesmo, introvertidos, de verdade, 100%. Se soubessem como é, não diriam que são "introvertidos" aos 4 ventos da boca pra fora. Ser anti-social dói e prejudica, numa sociedade onde o contato, o progresso e o sucesso exige a boa convivência e os bons contatos. Digo por experiência própria. E digo para ninguém, veja só o infortúnio.


E não estou exagerando. Até consigo, por vezes, vencer no social, mas dou pra trás rapidinho. Já tive muitos amigos, conhecidos, fãs, seguidores, admiradores, colegas, inimigos, invejosos, sabotadores... Mas é sempre por curtos períodos, sempre passa. Depois de um tempo, acabo com 3 ou 4 amigos com os quais realmene consigo lidar. (Parece-me com aquelas tentativas efêmeras de fazer dieta; funciona por algumas semanas, depois volta tudo de novo.) Ô sanfoninha pé-no-saco!

(Salvo 3 criaturinhas... Sem as quais eu estaria, verdadeiramente, sozinha comigo mesma - e nada seria mais terrível!)

Mas bem, eu ia dizendo... escrevendo... sobre escrever. Isto.


Já fui mais articulada com palavras, numa época onde o fervor pela proximidade do Vestibular fazia com que as escolas impusessem aos alunos aulas extras de redação. Lia-se, escrevia-se, depois relia-se e reescrevia-se. Sem parar, sem parar, sem parar. Apesar do tédio dos temas impostos, foi uma época onde exercitei a gramática à perfeição. E, defenestrando a modéstia, eu escrevia muito bem (embora não diga que era a melhor, porque simplesmente não era).


Agora estou enferrujada, tanto no desenho quanto na escrita. Ainda assim, queria poder contar tantas coisas sobre o que penso, o que vi e o que, de fato, vivi. Sobre o que aprendi sobre eu mesma e sobre os outros.


Admito que, até os 16 anos, minha vida não valia a pena ser contada. Não tinha acontecido nada de grandioso, nada de "oh" diferente, fora tragédias básicas do mundo moderno. Mesmo que eu fosse diferente, não agia diferente.

Ao final de meus 16, coisas começaram a mudar. Fui percebendo que se continuasse como estava indo, ia acabar infeliz, fingindo ser o que eu não era: parte da maioria.


Foi o começo da minha vida. E a partir daí é que tenho vontade de escrever. Pôr num livro histórias anteriores a isso, seria apenas uma eficaz maneira de matar alguém de tédio - ou torrar-lhe a paciência com dramas e traumas de uma família "quebradiça".


O que me impede, além de sentir uma vergonhazinha ingênua de me expor, é achar que tudo isso não passa de egoísmo. Ora. Se uma pessoa é realmente tão brilhante que mereça que sua história seja contada, alguém irá se dignar a fazê-lo...

Assim eu pensava, até ver que estavam lançando as auto-biografias de praticamente todos os ex-participantes do Big Brother.

QUÊ?


Porra. Se eles podem escrever sobre como vieram dando/capinando/comendo/coçando por aí até chegar num programa de TV e fazer nada além de um monte de intrigas e putarias pra todo mundo ver... Pô, eu posso contar como viajei por aí sozinha com uma mochila, entre outras coisas mais-ou-menos legais. Não?

Depois dessa, a coisa é praticamente uma questão de honra!

Se o fizesse, teria muita coisa que ia se exorcizar de mim, apesar das pedradas que iria levar.


Penso quem ia ler um negócio desses? Acho que só alguns outros do tipo "ninguém especial", como eu. E, dentre estes, somente os desocupados e curiosos da espécie. Como disse, não consigo me manter muito popular. Acho que é genético. Hoje em dia tudo é genético.

Talvez minhas 3 criaturinhas alfabetizadas preferidas leriam. Mas, se eu fosse realmente sincera, provavelmente algumas das histórias machucariam alguns deles... E nestas horas, me pergunto se valeria a pena; o meu auto-exorcismo contra meus segredos ruins bem-guardados.

No fim das contas, posso estar apenas delirando (não seria a primeira vez). Talvez (é provável) eu nunca faça algo deste tipo, como várias das outras coisas que queria ter feito.

Pelo menos, a vontade de falar sobre, esta eu matei aqui e agora.



domingo, 5 de outubro de 2008

Quê 'Proposta 8' o quê!

Brad Pitt doou USD 100.000,00 para a causa defensora do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Steven Spielberg também.

As empresas AT&T, Levi´s e Pepsi também fizeram doações para o comitê que luta para manter o direito dos homossexuais.

O Google disse: “Respeitamos as crenças veementes das pessoas que optam por cada um dos lados do debate, mas vemos que essa é uma questão fundamental de igualdade. Esperamos que os eleitores da Califórnia votem não para a ‘Proposição 8′ - não devemos eliminar o direito fundamental das pessoas, qualquer que seja sua sexualidade, de se casarem com as pessoas que amam.”

O Jornal The New York Times declarou: “Os eleitores da Califórnia terão a chance de proteger os direitos dos homossexuais masculinos e femininos e de preservar a Constituição. Eles devem votar contra a ‘Proposição 8′ que visa alterar a Constituição para impedir que pessoas do mesmo sexo se casem”

Além disso, outros dos maiores jornais da Califórnia (e fora dela) declararam-se contra a Proposta 8:
Los Angeles Times
San Francisco Chronicle
San Diego Union-Tribune
The Orange County Register
San Jose Mercury News


É isso aí!

Pau neles.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

"Ninguém tem direito a negar aos outros seu modo de vida, mesmo que não concorde com ele, porque todos têm o direito de viver a vida que desejam, desde que não prejudiquem o outro. A discriminação não tem lugar nos Estados Unidos, meu voto será pela igualdade e contra a Proposta 8"
(Brad Pitt em um comunicado publicado pelo Los Angeles Times)


Agora é assim. Um passo pra frente, dois para trás.


A tal Proposta 8 que o Brad (ui, intimíssima) acima cita é um referendo que visa a revogação da lei que autoriza a união civil entre pessoas do mesmo sexo na Califórnia. Bom, a história toda, resumindo, é: em junho, finalmente, uma lei que permitia o "casamento gay" foi aprovada no estado americano. Logo depois, hordas de pessoas - que, aparentemente, não têm mais o que fazer de suas vidas a não ser se preocupar com as dos outros - colheram assinaturas para que esta lei fosse derrubada. O resultado: as assinaturas foram suficientes para que a lei passe por uma nova avaliação. Agora o bicho pega.

Eu, particularmente, concordo em número e grau com as palavras do nosso amigo Brad Pitt ali em cima. Todos têm o direito de viver a vida que desejam, desde que não prejudiquem o outro.

Todos. Eu, você, o vizinho esquisito do prédio ao lado e o tio da pipoca. Se uns gostam de um tipo de pessoa, seja ela do mesmo sexo ou não, problema deles. Desde quando se meter na vida alheia se tornou tão obssessivo? Ou até mesmo digno?

Houve também esta história do aborto no Brasil. O pessoal da Igreja não tem nada a ver com as leis do aborto facultativo - o seu pessoal não aborta e ponto - e mesmo assim, ficam aporrinhando o saco de quem quer simplesmente ter o direito de escolha.

Agora, um pessoal que se diz cheio de "moral e bons costumes" vem apporrinhar 0 saco dos homossexuais. Sério. Só pode ser falta do que fazer. Eles (os caretinhas) não serão obrigados a casar com pessoas do mesmo sexo; provavelmente nunca vão precisar freqüentar os mesmos lugares, nem serão presos numa cadeira à la Clockwork Orange e obrigados a assistir à cópula gay. Então por que diabos eles se importam?? Tédio? São do-contra?
Sei lá. Parecem-me todos gente loca.

Não encontro explicação coerente para esta linha de pensamento. Para mim, o que o Brad Pitt disse (que, por acaso, é o que eu e muitas pessoas que conheço sempre pensaram) é tão lógico e correto que estas manifestações de ignorância e atraso me parecem bárbaras e inexplicáveis.

Pra que este esforço todo? Para fazer os outros infelizes. Só isso. Só pode ser isto.

Os seres humanos são sádicos (não tem uma penca de gente fascinada com um cara pregado vivo numa cruz, açoitado, com uma coroa de espinhos cravada na testa e furado por uma lança?? Eu hein!). E os deste tipo - aporrinhadores de saco como os citados acima - são os mais sádicos e cruéis deles. Eles proíbem que certas pessoas tenham a possibilidade de serem felizes e normais como são. Porque elas SÃO assim. E negar o que se é dói, e muito. É a maneira mais fácil de se garantir infelicidade vitalícia.

Acredito que, se não houvesse esse preconceito e pré-julgamentos pejorativos sobre o homossexualismo, bissexualismo ou pluri-sexualismo (whatever) e a sociedade pudesse ver tudo isso com normalidade, pelo menos metade das pessoas teriam relações deste tipo. Esta é uma certeza que tenho (já ouvi e vi tanta coisa que tenho fundamentos para minhas suspeitas). As pessoas não fazem (ou o fazem secretamente), embora sintam vontade, porque temem a opinião e o julgamento dos outros. Se esta opinião social fosse indiferente, voilá. A ministra teria uma nova namorada depois de se divorciar do marido que se apaixonou pelo motorista; o reitor da universidade seria pai de família, casado com o juiz e as meninas teriam namoradinhas na escola.

E eu acho tudo isso maravilhosamente normal. É como deveria ser, como eu gostaria de viver e como gostaria que as pessoas que amo pudessem agir, sem represálias.

Veja só, minha utopia também não me obriga, nem a ninguém, a me relacionar com pessoas do mesmo sexo. Mas torna a possibilidade plausível e tão comum como ver um casal heterossexual de mãos dadas num parque. Isso é a verdadeira conquista de liberdade e felicidade para todos.

Se o mundo é um só, e se somos todos 'irmãos', por que desrespeitar a felicidade dos outros? Para que intrometer-se nela e proibí-la? Estamos sabotando nossa própria felicidade. Enquanto poderíamos estar em harmonia, cada um sendo do jeito que é, perdemos tempo, dinheiro e esforço boicotando uma condição/escolha íntima de pessoas que nem conhecemos.

Essa gente devia é ir para Darfur ajudar refugiados do genocídio (genocidas, aliás, são o último grau dos intolerantes - da mesma raça dos aporrinhadores!); dar instrução e educação às crianças do terceiro mundo para que tenham uma chance de um trabalho digno e evolução social na vida; baixar a níveis plausíveis as tarifas protecionárias de suas economias para que os países pobres possam se desenvolver exportando mesmo comodities; incentivar a criação e desenvolvimento de tecnologia e bens de alto valor agregado em economias emergentes, distribuindo conhecimento e treinamento voluntário; e investir na conscientização do respeito, do conceito de urbanização e desenvolvimento humano sustentável, para que não destruamos tudo que resta de realmente belo e puro no planeta.


Mas não. Eles fazem abaixo-assinados contra o vizinho que mora com seu amor há 12 anos e agora vai poder casar com ele de verdade.

E ainda acham que estão fazendo uma baita coisa pelo mundo.

...
Gente escrota chega a me dar coceira! Argh!!