sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Le Coin Des Arts: Lírios, Mucha e Relógios


Le Coin des Arts um cantinho pra, quiçá, muito de vez em quando, eu dar a minha humilde e totalmente parcial opinião sobre o assunto, só pra irritar os críticos de arte usolinguagemcomplicadasópraelitizaroassunto super cults por aí (Y)

.


Sabendo que eu sou abertamente fã de Art Nouveau ou, mais precisamente, do trabalho de Alphonse Mucha, uma amiga me enviou algumas fotos que não poderiam deixar de aparecer aqui.

Mas, antes, pra não deixar ninguém boiando demais, vou tentar dar um rapidão sobre o que é a Art Nouveau e o trabalho de Alphonse Mucha (L).


Pois bem: esse estilo de arte, chamada "arte nova" (no shit, sherlock), surgiu na França no final do século 19 (não uso os XIX que sei que tem gente que demora meia hora pra calcular qual é o número, tipo eu) e é característico do design gráfico, mais do que das artes plásticas em si. Isso é, era um estilo usado para cartazes, rótulos de produtos, cenários de teatro, pôsteres de pessoas famosas, ilustrações, etc. Obviamente, haviam painéis e pinturas também, mas é muito mais característico ver a Art Nouveau em meios relacionados ao design, inclusive na arquitetura (oi, Gaudí, dica). A galera da Bauhaus e outros movimentos mais sóbrios (e chatos, falei mesmo) despreza ou menospreza, em geral, a Art Nouveau por causa dos floreios, elaborações que remetem ao impressionismo e à natureza. Explicando: Art Nouveau tem enfeites, molduras rebuscadas, traços orgânicos, ornamentos como flores, plantas, etc. Pra mim, isso quer dizer que Art Nouveau é bela. Desculpe, Bauhaus, mas nem ligo. Pra mais detalhes, google it.

Entre os expoentes da Art Nouveau está um artista Tcheco, meu amado, idolatrado e absurdamente talentoso Alphonse Mucha.

Antes de falar dele, é melhor vê-lo:


(Quem me disser que isso não é lindo leva uma rapa na cabeça. Rá, jura. )

Sobre Alphonse Mucha: nasceu em 1860, na Tchecoslováquia (ou o equivalente dela hoje), e estudou na Academia de Arte de Munique antes de se tornar conhecido, na França, por causa dos trabalhos que fez com a famosa atriz da época Sarah Bernhardt. Assim, ele passou a trabalhar criando, além de rótulos e designs para decoração, pôsteres e cenários para os espetáculos teatrais da época. Mucha até morou nos Estados Unidos, onde ensinou pintura e, na Europa, fez inúmeros painéis e decorações, inclusive em catedrais e prédios públicos. Mucha foi preso pela Gestapo logo que os alemães invadiram a Tchecoslováquia, em 1939. Ele foi libertado no mesmo ano mas, com a saúde irremediavelmente prejudicada, faleceu em 14 de julho.

Os trabalhos de Mucha apresentam ao mesmo tempo uma elaboração meticulosa e uma simplicidade típica da litografia colorida (técnica de gravura muito usada por ele). A diferença de espessura dos traços, as cores, os adornos e floreios... Tudo isso ilustra uma elegância rebuscada misturada à sensação de "novidade" trazida pela Art Nouveau. As mulheres de Mucha são seres etéreos e encantadores. São como ninfas, representando estrelas, estações do ano, pedras preciosas ou flores. Pode-se passar horas observando uma delas, com toda a riqueza de detalhes: a delicadeza sutil da pintura e detalhes da textura em contraste ao traço cru e delimitador dos contornos. Enfim, é hipnotizante.


Mas, porém, entretanto, o que minha amiga me enviou não foram trabalhos do próprio Mucha, mas sim fotografias de moda feitas em cima do trabalho dele. Estas fotos foram feitas por Mierswa-Kluska para um catálogo de relógios, o Plaza Watch Magazine, com a modelo Barbara Meier.


Nem vou juntar os pontinhos porque a semelhança é óbvia, olha só:







Mais "clean", obviamente - são fotos de catálogo - mas ainda assim têm a essência do Art Nouveau de Mucha.



J'adore!

Nenhum comentário: